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terça-feira, 14 de setembro de 2010

políticas educacionais?


É incrível como nossos governantes enchem a boca para falar de Educação com qualidade, sem ao menos adjetivar a palavra,uma vez que educação é substantivo e qualidade também , no entanto usam e abusam de nossa língua.
Queremos na verdade educação de melhor qualidade.
A maioria de meus alunos buscam melhorar seus conhecimentos .
Prova disso foi um trabalho que a professora de Química,Luciene,pediu que se fizesse.
Percebi um empenho muito grande e apesar da falta de recursos materiais,eles tiveram a capacidade de improvisar e criar materiais para apresentar seus trabalhos.
Foi preciso pedir telão emprestado,data show e até notebook.
A única coisa que a escola pode disponibilizar foram os equipamentos do laboratório,que por sinal são poucos.
Comento isto,pois nossos alunos que querem aprender,têm apoio de seus professores que por sinal,são excelentes.
O que falta é uma valorização maior por parte do governo em relação aos professores ,e não falo
só de salário ,falo também de estrutura física,pois nossa escola desde que foi construída nunca teve reforma e não foi falta de pedir,pois todos os diretores,sem exceção,montaram projetos ,pediram e nada.
Não temos um espaço para uma apresentação ,mas fazemos o improviso e apresentamos.
Convivemos com salas cheias , sem espaço para nos movimentar,pois a lei exige número enorme
e como nossas salas são pequenas,vão inchando e professor cansa mais.
Outro detalhe é que cada dia uma cobrança maior na parte pedagógica onde o professor precisa seguir o CBC ,com alunos que por incrível que pareça,chegam ao Ensino Médio sem compreender
o que lê.
Temos alunos esforçados como os que citei, de um outro lado recebemos alunos de projetos como
os de aceleração que vieram para a nossa escola,que é só de Ensino Médio,e esses alunos são colocados em salas com o mesmo grau de igualdade.
Não é exclusão,mas a aprendizagem fica comprometida,o professor fica sem saber o que fazer,e o governo cobra números iguais.
A fala governamental ,principalmente em Minas é feita de incoerência.
A maioria de nossos profissionais está doente,precisando de" remedinhos" enquanto que nossos governantes desfilam propostas indecentes fazendo propagandas enganosas .
A verdade é que não estamos preparados para enfrentar esta nova clientela imposta por políticas
do número,quer dizer,apresentar uma maior população com diplomas,sem ao menos ter qualificação para possuí-lo.
É preciso acreditar no potencial de nossos alunos que querem pois fazer o que não quer querer é impossível; e ensinar a cada dia cidadania,mostrando a eles que só a leitura, o envolvimento com a escola é que fará de cada um,pessoas preparadas para escolher seu próprio destino e não esperar por políticas públicas pois a maioria que nos comandam,pensam só nos interesses deles.

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Membro fundador da Academia Inhapiense de Letras