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terça-feira, 2 de setembro de 2014

   
                                                    Antíteses em mim
 Como eu queria ser a musa dos românticos
colocada em um altar,pura,inocente,pálida,fria
Ali,quieta, sem dor,sem querer
Idealizada,sonhada
Mas não sou
Tenho em mim antíteses
Sou em mim opostos que me desafiam
Anjos barrocos querem habitar em mim
Eu não os aceito
Eu os desafio
Os demônios ficam na espreita
e eu com medo
Não penso nada e ao mesmo tempo tudo
Há vários deuses querendo meu templo e eu sou monoteísta
As cavernas não me cabem
Os edifícios me desumanizam
Detesto esse feminismo que faz ser mulher do século XIX em casa
e me obriga a ser século XXI na sociedade
Tenho que ser dividida em quatro partes
e tampouco estou aguentando uma
Meu sorriso contagia e irrita
Minha alegria incomoda
A tristeza é varrida todos os dias
e sempre a vassoura está ali,na área de serviço
lembrando-me de minha condição imposta
Beijos não existem
Abraços passaram longe
E o que foi fortaleza está prestes a ruir.

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Membro fundador da Academia Inhapiense de Letras