Uma viagem seria bem piegas para eu me referi ao Livro de
Rosângela Vieira Rocha.No entanto como não sou sofisticada, nem na vida e
tampouco no mundo das palavras, posso usar tal termo.
Viajar é
sinal de um pouco de prazer na rotina, muitas vezes desgastante.
Revivi muito
de minha cidade nas reminiscências da
autora, apesar do espaço físico ser o mesmo,o tempo vivido em Inhapim faz a
mesma cidade ser diferente.
Depois de
casada fui morar na Rua Higino Fernandes,e passava sempre perto de uma casa e quando a janela da mesma estava aberta, dava
para ver uma pintura muito bem feita,da dona Didica.Eu o achava lindo. Depois, fiquei sabendo que a autora do quadro era Rubi.
Morei, muito
tempo na rua em que morava a dona Júlia e dela tenho uma lembrança bem parecida
com minhas tias-avós, que moravam em Santa Margarida,as mesmas saias longas e
sem o uso de calcinhas.
Descobri a
Rubi em uma rede social. Ela fazia comentários em minhas postagens, que para mim
era um presente.
Fui conhecer
essa mulher forte nos relatos desse livro.
Sei, que a
leitura pode ser vista por ângulos diferentes, dependendo do momento e da
experiência que temos em determinados assuntos.
Ouvi certa
vez alguém de minha família dizer que” quem mais amamos são os primeiros que
machucamos”. isso eu percebi ,mesmo como uma brisa leve,que nos desarruma um
pouco.
Recentemente, vivi
a perda de alguém muito caro, vinte e um dia hoje. Fiquei triste e aliviada, pois
o sofrimento era exageradamente doído em mim. E isso também percebi na leitura.
Quando ,no
início do livro recordei de Augusto dos Anjos e depois de Machado de
Assis, pensei ,que somente a Literatura poderia me fazer enxergar o ato pós morte de forma
real e forte, apesar de saber disso, eu nunca me permiti pensar assim, talvez por
insistir em ver mais beleza do que a finitude que nos reserva.
A última vez
que troquei mensagem com Rubi foi por
ocasião da compra de seu último livro e ela me relatou sobre o fato de
ela não poder enviar um autógrafo, por
causa da doença.
Todo doente
terminal, que conheci , tem certos momentos de dureza e isso talvez explique
certas atitudes de Rubi.
Um livro
carinhoso, repleto de amor. Ao lê-lo pude perceber o quanto necessitamos deste amor e carinho. Uma obra cheio de
leveza, mesmo quando se expressa a dor da saudade.
Uma verdadeira viagem ao mundo do amor fraterno.
Marlene,como você conseguiu colocar em palavras meus sentimentos e de muitos leitores.
ResponderExcluirObrigada.
Livro tão real...