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quarta-feira, 18 de agosto de 2021


 

Uma viagem  seria bem piegas para eu me referi ao Livro de Rosângela Vieira Rocha.No entanto como não sou sofisticada, nem na vida e tampouco no mundo das palavras, posso usar tal termo.

Viajar é sinal de um pouco de prazer na rotina, muitas vezes desgastante.

Revivi muito de minha cidade nas reminiscências  da autora, apesar do espaço físico ser o mesmo,o tempo vivido em Inhapim faz a mesma cidade ser diferente.

Depois de casada fui morar na Rua Higino Fernandes,e passava sempre perto de uma casa  e quando a janela da mesma estava aberta, dava para ver uma pintura muito bem feita,da dona Didica.Eu o achava lindo. Depois, fiquei sabendo que a autora do quadro era Rubi.

Morei, muito tempo na rua em que morava a dona Júlia e dela tenho uma lembrança bem parecida com minhas tias-avós, que moravam em Santa Margarida,as mesmas saias longas e sem o uso de calcinhas.

Descobri a Rubi em uma rede social. Ela fazia comentários em minhas postagens, que para mim era um presente.

Fui conhecer essa mulher forte nos relatos desse livro.

Sei, que a leitura pode ser vista por ângulos diferentes, dependendo do momento e da experiência que temos em determinados assuntos.

Ouvi certa vez alguém de minha família dizer que” quem mais amamos são os primeiros que machucamos”. isso eu percebi ,mesmo como uma brisa leve,que nos desarruma um pouco.

Recentemente, vivi a perda de alguém muito caro, vinte e um dia hoje. Fiquei triste e aliviada, pois o sofrimento era exageradamente doído em mim. E isso também percebi na leitura.

Quando ,no início do livro recordei de Augusto dos Anjos e depois de Machado de Assis, pensei ,que  somente a Literatura poderia me fazer enxergar o ato pós morte de forma real e forte, apesar de saber disso, eu nunca me permiti pensar assim, talvez por insistir em ver mais beleza do que a finitude que nos reserva.

A última vez que troquei mensagem com Rubi foi por  ocasião da compra de seu último livro e ela me relatou sobre o fato de ela  não poder enviar um autógrafo, por causa da doença.

Todo doente terminal, que conheci , tem certos momentos de dureza e isso talvez explique certas atitudes de Rubi.

Um livro carinhoso, repleto de amor. Ao lê-lo pude perceber o quanto necessitamos  deste amor e carinho. Uma obra cheio de leveza, mesmo quando se expressa a dor da saudade.

Uma verdadeira viagem ao mundo do amor fraterno.

Um comentário:

  1. Marlene,como você conseguiu colocar em palavras meus sentimentos e de muitos leitores.
    Obrigada.
    Livro tão real...

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Membro fundador da Academia Inhapiense de Letras