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quinta-feira, 22 de abril de 2021


 Eu vi Léa no pequeno museu de Inhapim, que fica em frente a casa da família de Carmo Chagas, estava acompanhada de alguns familiares, nos cumprimentou  com um sorriso e depois foram a um compromisso em casa de Luisinho.

  Nosso pequeno grupo estava reunido para definir como seria a solenidade de posse da Academia Inhapiense de Letras.

Lembro-me bem, que eu comentei o quanto eu achei aquela mulher elegante.

 

Nunca mais a vi.

 

Em fevereiro deste ano entrei em contato com meu conterrâneo Carmo com o intuito de adquirir seu livro, que foi recomendado pelo João Henrique.

Com a maior educação e presteza, Carmo se dispôs a enviar-me.

   No mesmo dia eu sofri um acidente, caí em um buraco e fiquei longos  minutos  pedindo socorro. Tive fratura exposta  da tíbia. Fui socorrida e passei por cirurgia.

 Minha estadia no HMC em Ipatinga foi de seis dias, tive alta e fui me recuperar no sítio em São Sebastião do Anta, distante 20 KM de Inhapim.

Cheguei do hospital no domingo e o livro na segunda.

Foi o livro que mais demorei a ler .

Meu pé doía, as letras se misturavam.

Todo dia eu olhava para aquela mulher de olhar marcante ,que estava na capa do livro,mas as dores impediam-me de aventurar na leitura.

Passados dois meses entre idas e vindas ao hospital, senti uma imensa vontade de conhecer Léa.

Que surpresa maravilhosa!

Um texto simples, com detalhes interessantes, que nos passam despercebidos e que só nos damos conta, quando passamos por experiências hospitalares dolorosas conosco ou com alguém que amamos.

Carmo consegue trazer as dificuldades vividas por Léa de uma forma bem clara e ao mesmo tempo carregada de afeto e empatia.

Fui conhecendo a garra de uma mulher forte ,que se fortalecia através do amor de seu marido e dos seus familiares.

Encantei-me, quando ele descreve um quarto em que Léa poderia ver o céu. Quanta ternura nesse comentário.

Interessante também o carinho com que ele se refere às pessoas que participaram daqueles momentos difíceis,  citando os nomes,parentescos, a gratidão é nítida em cada relato.

Aprendi muito com esse livro, que veio em um momento bem complicado em minha vida.

Nunca imaginei, que haveria cremação para órgãos amputados, nem nunca havia pensado nesse assunto.

Uma das filhas de Léa cita em seu depoimento uma vela acesa e esse fato me fez lembrar de quando eu tinha uns sete anos e vi ,na diretoria da escola em que estudava,uma longa vela acesa perto de uma imagem da Virgem,e fiquei sabendo que era para a mãe da diretora que estava doente,minha diretora era a  dona De Lourdes,irmã de Carmo.O livro teve também o poder de me fazer relembrar de algo que parecia esquecido.

 

Poucos dias fiquei sabendo que daqui a dois anos,provavelmente, terei que me submeter a outra cirurgia,fiquei um pouco receosa, mas depois de ter conhecido Léa, com certeza a força dela será para mim uma aceitação e inspiração.

Ser feliz de outro jeito é possível.

Obrigada,Carmo por me ter apresentado essa pessoa incrível a quem posso dizer,prazer em conhecer, você Léa!

 



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Eu

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Membro fundador da Academia Inhapiense de Letras