Eu vi Léa no pequeno museu de Inhapim, que fica em frente a casa da família de Carmo Chagas, estava acompanhada de alguns familiares, nos cumprimentou com um sorriso e depois foram a um compromisso em casa de Luisinho.
Nosso pequeno grupo estava reunido para
definir como seria a solenidade de posse da Academia Inhapiense de Letras.
Lembro-me
bem, que eu comentei o quanto eu achei aquela mulher elegante.
Nunca mais a
vi.
Em fevereiro
deste ano entrei em contato com meu conterrâneo Carmo com o intuito de adquirir
seu livro, que foi recomendado pelo João Henrique.
Com a maior
educação e presteza, Carmo se dispôs a enviar-me.
No mesmo dia eu sofri um acidente, caí em um
buraco e fiquei longos minutos pedindo socorro. Tive fratura exposta da tíbia. Fui socorrida e passei por cirurgia.
Minha estadia no HMC em Ipatinga foi de seis
dias, tive alta e fui me recuperar no sítio em São Sebastião do Anta, distante 20
KM de Inhapim.
Cheguei do
hospital no domingo e o livro na segunda.
Foi o livro
que mais demorei a ler .
Meu pé
doía, as letras se misturavam.
Todo dia eu
olhava para aquela mulher de olhar marcante ,que estava na capa do livro,mas as
dores impediam-me de aventurar na leitura.
Passados
dois meses entre idas e vindas ao hospital, senti uma imensa vontade de conhecer
Léa.
Que surpresa
maravilhosa!
Um texto
simples, com detalhes interessantes, que nos passam despercebidos e que só nos
damos conta, quando passamos por experiências hospitalares dolorosas conosco ou
com alguém que amamos.
Carmo
consegue trazer as dificuldades vividas por Léa de uma forma bem clara e ao
mesmo tempo carregada de afeto e empatia.
Fui
conhecendo a garra de uma mulher forte ,que se fortalecia através do amor de
seu marido e dos seus familiares.
Encantei-me, quando
ele descreve um quarto em que Léa poderia ver o céu. Quanta ternura nesse
comentário.
Interessante
também o carinho com que ele se refere às pessoas que participaram daqueles
momentos difíceis, citando os nomes,parentescos, a gratidão é nítida em cada
relato.
Aprendi
muito com esse livro, que veio em um momento bem complicado em minha vida.
Nunca
imaginei, que haveria cremação para órgãos amputados, nem nunca havia pensado
nesse assunto.
Uma das
filhas de Léa cita em seu depoimento uma vela acesa e esse fato me fez lembrar
de quando eu tinha uns sete anos e vi ,na diretoria da escola em que estudava,uma
longa vela acesa perto de uma imagem da Virgem,e fiquei sabendo que era para a mãe
da diretora que estava doente,minha diretora era a dona De Lourdes,irmã de Carmo.O
livro teve também o poder de me fazer relembrar de algo que parecia esquecido.
Poucos dias
fiquei sabendo que daqui a dois anos,provavelmente, terei que me submeter a
outra cirurgia,fiquei um pouco receosa, mas depois de ter conhecido Léa, com
certeza a força dela será para mim uma aceitação e inspiração.
Ser feliz de
outro jeito é possível.
Obrigada,Carmo por me ter apresentado essa pessoa incrível a quem posso dizer,prazer em
conhecer, você Léa!
Também fiquei querendo conhecer Léa.
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