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sábado, 1 de dezembro de 2018



As fêmeas rejeitadas
Nunca pensei que levaria uma vida de camponesa.
Ainda não deu tempo de pensar se isso combina comigo.
No entanto,deparo todos os dias com novidades.
Desde pequena tive medo de cachorro.
Nunca tive um.
Acredito que seja pelo fato de minha mãe ter perdido sua cachorrinha atropelada,quando estava grávida de mim.
O viaduto que liga a BR 116 estava em construção e todo o trânsito passava no centro de minha pequena cidade e a cachorrinha fugiu e um caminhão a atropelou.
Minha mãe sempre me disse que nunca mais quis ter outra.
Toda vez que eu via um cão na rua eu atravessava a mesma com medo.
Sempre convivi com esse medo,mas nunca fiz mal a nenhum bichinho.
Bom,como eu disse,minha vida mudou completamente após a morte prematura de meu marido.
Tive que morar na zona rural de São Sebastião do Anta e deixar minha casa em Inhapim,onde tenho minha biblioteca que é meu xodó.
Estou sendo metamorfoseada todos os dias e uma dessas mudanças está relacionados a gatos e cães.
Meu filho encontrou uma caixa de sapatos com duas gatinhas e trouxe aqui para a roça.
Um rapaz que trabalha conosco me disse que havia um filhote dentro de um saco na estrada e eu com muito dó deixei que trouxessem.
Quando o saco foi aberto havia uma cadelinha com olhos tristes e com uma patinha quebrada.
O rapaz cuidou dela e colocou uma tala na patinha.
Ela chorou muito e isso me incomodava.
Com muito medo eu passei a levar comida e água.
Assim que ela começou a andar passou a me acompanhar.
Aonde eu vou ela vai e fica me lambendo.
Confesso,que ainda tenho medo e assusto com ela atrás de mim.
Dei o nome de Neguinha.
Ainda tenho muito que aprender,mas o que me fez aceitar os animais foi o fato da rejeição simplesmente por serem fêmeas,daí minha solidariedade.

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Membro fundador da Academia Inhapiense de Letras