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terça-feira, 25 de dezembro de 2018


Como eu tenho vontade de estar chorando por um amor que se foi.
Queria sentir o peito arder
Chorar ao ouvir a canção preferida
Sentir no rosto um calor
Ter saudade do medo de perder
Lembrança e do abraço
Medo de me sentir perdida com sua ausência
Como eu queria ter no coração a meiguice
Na alma a ânsia de querer cada vez mais
Recordação do baile
só que eu nunca aprendi a dançar
Vontade de sentir o perfume da rosa
que nunca ganhei
Chorar de tanto rir
Contar sobre o último livro,que eu li
Mas,o que percebo é que só me resta
Um vazio para nunca querer sentir saudade.




sábado, 15 de dezembro de 2018


A natureza está sempre em festa,mas há dias em que ela se veste de forma diferente para nos encantar cada vez mais.
ontem fui a uma casa onde é difícil o acesso,mas que encanta pela paisagem que a rodeia.
São fotos simples,mas que me encantam pela beleza.

domingo, 9 de dezembro de 2018


O terreiro é enorme
É preciso varrer
Enquanto isso
Ergo os olhos aos céus e não encontro respostas
Nem sei mais fazer perguntas
Como querer respostas

Um querer ir
Mas para onde?
Ficar é difícil para quem tem um coração cigano

A verdade é que há várias encruzilhadas
E a cruz nem parece pesada
Só parece diferente
Uma vida dentro de outra
E um vácuo enorme

Não sinto falta do que tive
Porém ,sinto uma saudade daquilo que nunca ousei ter

E enquanto nada mais acontece
Vou varrendo um pouco a cada dia
O enorme terreiro
Que a vida compulsoriamente me deu.


sábado, 1 de dezembro de 2018



As fêmeas rejeitadas
Nunca pensei que levaria uma vida de camponesa.
Ainda não deu tempo de pensar se isso combina comigo.
No entanto,deparo todos os dias com novidades.
Desde pequena tive medo de cachorro.
Nunca tive um.
Acredito que seja pelo fato de minha mãe ter perdido sua cachorrinha atropelada,quando estava grávida de mim.
O viaduto que liga a BR 116 estava em construção e todo o trânsito passava no centro de minha pequena cidade e a cachorrinha fugiu e um caminhão a atropelou.
Minha mãe sempre me disse que nunca mais quis ter outra.
Toda vez que eu via um cão na rua eu atravessava a mesma com medo.
Sempre convivi com esse medo,mas nunca fiz mal a nenhum bichinho.
Bom,como eu disse,minha vida mudou completamente após a morte prematura de meu marido.
Tive que morar na zona rural de São Sebastião do Anta e deixar minha casa em Inhapim,onde tenho minha biblioteca que é meu xodó.
Estou sendo metamorfoseada todos os dias e uma dessas mudanças está relacionados a gatos e cães.
Meu filho encontrou uma caixa de sapatos com duas gatinhas e trouxe aqui para a roça.
Um rapaz que trabalha conosco me disse que havia um filhote dentro de um saco na estrada e eu com muito dó deixei que trouxessem.
Quando o saco foi aberto havia uma cadelinha com olhos tristes e com uma patinha quebrada.
O rapaz cuidou dela e colocou uma tala na patinha.
Ela chorou muito e isso me incomodava.
Com muito medo eu passei a levar comida e água.
Assim que ela começou a andar passou a me acompanhar.
Aonde eu vou ela vai e fica me lambendo.
Confesso,que ainda tenho medo e assusto com ela atrás de mim.
Dei o nome de Neguinha.
Ainda tenho muito que aprender,mas o que me fez aceitar os animais foi o fato da rejeição simplesmente por serem fêmeas,daí minha solidariedade.

Eu

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Meus lindinhos

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Igreja São Sebastião

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praça das palmeiras

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Membro fundador da Academia Inhapiense de Letras