Se pudesse rascunhar somente a verdade louca,que se entorpece a cada dia como forma de libertação.
Se pudesse deixar de ser acanhada e com as palavras certas deferir golpes a sangrar aquele que a condenou.
Ah,se a candura tomasse a mão enrugada e a deslizasse em carinhos sem piedade e a poeta-fotógrafa registrasse esse momento sem a orgia dos amores perdidos,mas com a doçura de quem viu aquela mão sorrir e sentir o prazer de ser louca para o mundo,pois seus olhos falavam,suas mãos sorriam e seu sorriso tremulava.
Ah,se a poesia pudesse ser menos pudica e mais solta!
Um dia a poesia se libertará e não haverá mais odes e nem elegia.