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sábado, 21 de fevereiro de 2015

Ela chegou até mim,como se eu fosse psicóloga,ou como uma pessoa disposta a encarar seu desabafo.
Eu a ouvi,como nunca ouvi alguém.
Depois de longas desculpas,revelou-me haver cometido adultério virtual.
E calmamente,coisa rara em mim,
fui dizendo: como,se ela era viúva,livre?
E então ela me disse,que na terça de carnaval,estava só,bebeu um vinho( a culpa sempre é do vinho),também aprecio de vez em quando uma taça,mas ela tão agitada e nervosa,cheia de culpa foi me dando detalhes de um suposto namoro virtual.
Naquele instante ela sentiu uma felicidade muito grande.
Estava diante de um homem diferente,amável,que a desejava.No entanto em seu relato eu sentia uma mistura de sentimentos,uma espécie de relação pecaminosa,que ao mesmo tempo doía a alma,mas que saciava o corpo e isso a deixava  desnorteada.
Simplesmente ouvi.
Não havia muito o que falar.
Ela esperava que eu a confortasse e então me lembrei daquela passagem onde Jesus disse;"Mulher ninguém te condenou,eu também não te condeno,vá e não peques mais".
Será que foi pecado?
Não sei e nem tenho direito de julgar.
Só sei,que na verdade esse universo é muito grande e ao mesmo tempo pequeno, E esses pequenos pecados dependem da visão de cada um,mas com toda certeza,não nos compete  bater o martelo da justiça e condenar.

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Membro fundador da Academia Inhapiense de Letras