Alguém já disse que a literatura se alimenta do cotidiano, e eu acredito muito nisso.
Em uma dessas idas a BH,acompanhando minha irmã ao médico,deparei com um artista em potencial,trata-se de um motorista que faz a linha Sagrada Família -Hospital Luxemburgo.
Uma figura simpática,comunicativa e sobretudo carismática.
Em poucos minutos ele me relatou que sempre gostava de passarinho e que comprou um,quando criança,que não cantava e ele então começou a ensinar o passarinho a cantar e desse momento em diante ele começou a imitar diversos tipos de aves.
Ele também relatou fatos inusitados que ocorreram dentro do ônibus,tais como:
Em uma das paradas no semáforo ele começou a imitar um trinca ferro, e as pessoas se encantaram sem saber de onde vinha o som e especulavam que estava em um fio ou talvez que estivesse na árvore.
Depois de um tempo novamente o som.
Desta vez tiveram certeza que o som estava dentro do ônibus e passaram a procurar o passarinho e nada.
Até que uma senhora percebeu que o motorista era o "tal" passarinho.
O sucesso foi tanto que essa mesma senhora comunicou a Band News,que fez uma reportagem onde Rogério pode exibir seu talento.
Passarinho me disse que imita mais de trinta aves e vários personagens de desenhos.Depois de conhecer esse artista e seu colega Guilherme,uma pessoa muito agradável,nos despedimos e fomos ao centro de BH.
De volta ao Hospital Luxemburgo,novamente puxo conversa com o trocador,para que ele pudesse me indicar o local em que deveria parar e acabo tendo uma grata surpresa,o rapaz é um talento para o canto e me mostrou um gravação dele cantando.
Thales Loures é seu nome,ele trabalha,estuda e sonha em ser reconhecido como cantor.
Essa crônica é uma homenagem aos nossos anônimos trabalhadores que levam a vida com muita filosofia e poesia mesmo sem dar conta disso.